quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Apesar dos lucros, Vale deve R$ 400 milhões para município

A Prefeitura da Parauapebas (PA) inscreveu a Vale no CADIN - Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal, por não ter quitado uma dívida de aproximadamente R$ 400 milhões com o município. A inscrição no CADIN impede a Vale de obter financiamentos e participar de licitações públicas.

Se analisada a movimentação financeira da Vale, a inadimplência se torna injustificável. Num período de apenas dois anos, a mineradora obteve financiamentos de cerca de R$ 8 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No primeiro semestre de 2010, a empresa já lucrou R$ 6,6 bilhões.

A Vale é a maior exportadora de minério de ferro do mundo. Está presente em 30 países, onde há inúmeras denúncias a acusam de violação dos direitos humanos. No Pará, ela é acusada de interferência nas decisões políticas e conômicas dos municípios que abrigam reservas minerais.

No estado do Espírito Santo, uma siderúrgica da Vale deve à população mais de R$ 8 milhões. A dívida é referente à resistência em compensar os impactos ambientais provocados pela extração anual de 40 milhões de toneladas de minério no estado. (Rádio Agência NP)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As prioridades da prefeitura

Para mim, foi um desastre total a declaração do vice-prefeito de Marabá, Nagilson Amoury, a um jornal da cidade, de que a prefeitura tem “outras prioridades”, por isso não acha interessante investir na indenização de uma área de ocupação urbana em Marabá, onde vivem duas mil famílias.

Ora, afora a saúde e a segurança, a habitação talvez seja o problema mais grave de Marabá hoje. Mas, mesmo assim, isso não é prioridade para a prefeitura. Então o que seria prioridade?

Sim, porque a saúde também não, caso contrário não faltariam até luva e fios de sutura para os funcionários dos hospitais e postos de saúde.

A segurança também me parece não ser prioridade. Do contrário a prefeitura não deixaria as ruas da cidade escuras, contribuindo para ação de marginais, mesmo recebendo religiosamente o dinheiro da taxa de iluminação pública.

A infraestrutura das periferias, pelo que se vê, também não entrou na escala de prioridades da prefeitura. Fosse assim não conviveríamos com tanta poeira no verão e tanta lama no inverno.

Só mora num lugar sem rede de esgoto, sem energia estável, sem água tratada, nem coleta de lixo, quem não tem outra opção.

Só mora num lugar assim quem não quer morrer de fome para pagar aluguel.

Então se isso não sensibiliza a prefeitura; se essa situação não faz da habitação uma prioridade, cabe à administração municipal dizer a nós os que pagamos os impostos, quais são suas prioridades então.