Para mim, foi um desastre total a declaração do vice-prefeito de Marabá, Nagilson Amoury, a um jornal da cidade, de que a prefeitura tem “outras prioridades”, por isso não acha interessante investir na indenização de uma área de ocupação urbana em Marabá, onde vivem duas mil famílias.
Ora, afora a saúde e a segurança, a habitação talvez seja o problema mais grave de Marabá hoje. Mas, mesmo assim, isso não é prioridade para a prefeitura. Então o que seria prioridade?
Sim, porque a saúde também não, caso contrário não faltariam até luva e fios de sutura para os funcionários dos hospitais e postos de saúde.
A segurança também me parece não ser prioridade. Do contrário a prefeitura não deixaria as ruas da cidade escuras, contribuindo para ação de marginais, mesmo recebendo religiosamente o dinheiro da taxa de iluminação pública.
A infraestrutura das periferias, pelo que se vê, também não entrou na escala de prioridades da prefeitura. Fosse assim não conviveríamos com tanta poeira no verão e tanta lama no inverno.
Só mora num lugar sem rede de esgoto, sem energia estável, sem água tratada, nem coleta de lixo, quem não tem outra opção.
Só mora num lugar assim quem não quer morrer de fome para pagar aluguel.
Então se isso não sensibiliza a prefeitura; se essa situação não faz da habitação uma prioridade, cabe à administração municipal dizer a nós os que pagamos os impostos, quais são suas prioridades então.