terça-feira, 1 de setembro de 2009

Maria da Penha

A maioria dos brasileiros ainda está longe de atingir um patamar de compreensão razoável porque simplesmente não tem coragem de se arredar de velhos conceitos, e isso inclui religião, machismo e outras "cositas más".
Um dia desses um colega - por quem tenho profundo respeito - fez uma crítica à Lei Maria da Penha (aquela que tenta proteger mulheres de "companheiros" violentos). Foi uma demonstração de falta de conhecimento a toda prova.
Ele disse que se tratava de uma lei muito errada porque se uma vítima registrar queixa contra o agressor, nada mais pode ser feito. Ele terá de responder o processo até o fim.
Se a vítima procurar a polícia para retirar a queixa, isso não poderá ser feito.
Desse modo, a lei - no entendimento dele - está indo até mesmo contra a vontade da vítima.
Ora, mas a ideia é justamente essa.
Durante muitas décadas as mulheres têm se submetido a conviver com parceiros violentos porque simplesmente não têm a quem recorrer.
Registram queixa e depois pedem para a polícia soltar o agressor e continuam convivendo com ele, porque são dependentes financeiras do marido violento.
Sofrem tanta pressão psicológica que acabam se tornando dependentes afetivas.
A lei não é tudo, mas representa um começo de mudança de postura.
A liberdade da mulher, o direito de ser um ser independente, de romper com todas as formas de violência que lhe prendem em nome de um casamento de aparências...
Nada disso tem preço e nem precisaria de lei para existir.
Mas infelizmente nosso mundo é tão doente que precisamos de leis para garantir que outros seres humanos iguais a nós sejam tratados e reconhecidos como seres humanos, embora já o sejam pela própria natureza que os criou.

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