DEUS, O GRANDE DEVASTADOR AMBIENTAL
Nesta região em que já nos cansamos de ver o sol se pôr avermelhado pelas queimadas, não há nada de novo sob o céu. Apesar das novas cores que pintam a prática governamental em Marabá, a realidade de apropriação do bem público pelo interesse privado se repete. É a prática patrimonialista que toma a máquina estatal às mãos de pequenos grupos privilegiados.
Bem, este é o nosso mundo: somos a resposta exata do que a gente perguntou, ou não, já que a maioria nada se pergunta. Resultado, Deus é o grande culpado por tudo: pelas folhas que caem, pelas crianças mortas nos hospitais, pelo dinheiro público gasto nas pinturas banais e, quem sabe, pelo comprometimento da folha de pagamento com as igrejas leais. Cabe perguntar: Deus é responsável também pelo desrespeito aos preceitos constitucionais?
E sob o olhar de todos em Marabá o Estado deixou de ser laico, contrariando os princípios republicanos. Anuncia-se que a cidade é de Jesus em um outdoor de boas vindas posto na estrada às portas de Morada Nova - nome sugestivo para os cristãos, mas aqui cada vez mais nos assemelhamos a Sodoma, ou melhor, ao estado de Babilônia. Babylom Sistem avisa a Tribo aos guerreiros maranhenses por estas terras tratados preconceituosamente como sub-humanos.
A sociedade como obra humana resulta historicamente de ações motivadas pelos sentidos que os homens constroem sobre as coisas e sua existência. Por toda Marabá o “azul e branco do céu” foi maculado por algo que não é obra das queimadas, nem mesmo das mãos de um Deus, por mais que seu nome continue sendo usado para legitimar pecados do poder público, nada em vão.
O principio já chegou ao fim e aqui os governos sucessivamente pautam suas ações sociais por fins determinados que tomam a ética como coisa descartável: o sentido principal das políticas é fomentar o acumulo de poder e concentração de riquezas. Como dizem, “pior”: São Paulo agradece, empresários enriquecem, agricultores da região empobrecem, as escolas padecem, a merenda emagrece e quem “pastora” seus interesses políticos envaidece.
A ignorância humana: por séculos ignóbeis senhores instalados em lugares de poder político ou religiosos insistem em assassinar Cristo, utilizando-o para justificar a cada época seus interesses mórbidos, mesmo quando estes contrariam radicalmente os ideais do “amor ao próximo”. Num tempo em que os livros das estantes [bíblias, teses e códigos jurídicos] servem só à quem não sabe ler, resta saber quem será Pilatos.
PS: Salve Raulzito e Max Weber.
PS2: A justiça é cega mesmo ou esta era uma daquelas verdades do tipo o Estado é laico?
Evandro Medeiros [Pedagogo e Mestre em Educação]
terça-feira, 25 de agosto de 2009
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