Eu acredito em Deus e em outras coisas invisíveis, mas honestamente nunca me convenceram as mandingas, macumbas, olhos gordos e outras pragas. Porém, às vezes, acontecem algumas coisas estranhas.
Senão vejamos: semana passada o deputado federal Giovanni Queiroz praguejou os sem-terra, o Incra e movimentos sociais que lutam pela reforma agrária no País.
Representante de toda uma região que é tida e havida com uma das mais produtivas do País, Giovanni disse sem nenhum decoro – e sem meias palavras – que daria um tiro na cara de qualquer sem-terra que invadisse uma fazenda sua.
Pois bem, quis o destino que Giovanni pisasse nesta região, no sábado, participando de atividades políticas na zona rural – lotada de assentamentos e invasões, onde moram, mau e porcamente, os amaldiçoados por Giovanni Queiroz, aqueles a quem ele gentilmente daria um tiro na cara.
Os desvalidos – alvos móveis de Giovanni – não lhe fizeram mal, mas com certeza lhe rogaram muita praga. Resultado: o deputado, do alto de sua arrogância, despencou de uma escada ao lado do palanque onde discursavam autoridades.
Foi parar no hospital. Ali passou dois dias, internado. Felizmente para os seus, ele saiu ileso.
Fica aqui o recado ao nobre parlamentar: cuidado. Os bruxos estão à solta, debaixo das lonas pretas, correndo o risco de, a qualquer momento, pegarem um tiro na cara. Mas sempre com seus alfinetes pontiagudos nas suas mãos calejadas.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Panelaço na Casa da Dinda
Dia 18 (sexta-feira) vai ter bagunça na frente da Prefeitura de Marabá.
Wendel Bezerra, coordenador local do Sintepp, está encabeçando uma manifestação contra o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), vergonhosamente aprovado pela Câmara Municipal de Marabá.
Pelo plano, um secretário municipal passa a receber salário de R$ 6 mil por mês.
Foi criado também o cargo de secretário-adjunto, com vencimento um pouco menor: R$ 4.500.
Engraçado é que quando os servidores municipais tentaram negociar um reajuste com o prefeito Maurino Magalhães, no começo do ano, ele alegou que não poderia dar os 5% que a categoria solicitava porque isso iria ferir de morte a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Agora, pelo que eu sei, somente com a criação de novos cargos, a folha de pagamento sofreu um "leve" aumento de um milhão de reais.
Agora pode, né.
Dia 18 (sexta-feira) vai ter bagunça na frente da Prefeitura de Marabá.
Wendel Bezerra, coordenador local do Sintepp, está encabeçando uma manifestação contra o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), vergonhosamente aprovado pela Câmara Municipal de Marabá.
Pelo plano, um secretário municipal passa a receber salário de R$ 6 mil por mês.
Foi criado também o cargo de secretário-adjunto, com vencimento um pouco menor: R$ 4.500.
Engraçado é que quando os servidores municipais tentaram negociar um reajuste com o prefeito Maurino Magalhães, no começo do ano, ele alegou que não poderia dar os 5% que a categoria solicitava porque isso iria ferir de morte a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Agora, pelo que eu sei, somente com a criação de novos cargos, a folha de pagamento sofreu um "leve" aumento de um milhão de reais.
Agora pode, né.
terça-feira, 8 de setembro de 2009
O pão vil das ruas de Marabá
As imagens de crianças dormindo em praças, calçadas e rodoviárias de Marabá são fortes e ardem como um soco na cara de quem não quer ver.
É verdade. Porque tem gente que só se incomoda com a situação quando seus interesses são feridos por esses pequenos desvalidos, sem futuro, filhos de ninguém e donos de coisa nenhuma.
Ao entrar no Banco do Brasil da Nova Marabá ou ao passar pela Praça São Francisco, nós praticamente tropeçamos nessas crianças, mas se elas não nos incomodarem, não estamos nem aí. Esta é a verdade.
O poder público, na prática, pra valer mesmo, nunca fez nada por esses “menores”.
Mas eles estão aí, puxando bolsas de madames e de donas de casa, vigiando carros, furtado comida e pequenos objetos.
Esses meninos e meninas de rua existem, por mais que o poder público e muitos de nós não queiramos admitir sua incomodante existência.
O pior de tudo é que hoje eles ainda têm jeito e os danos financeiros que causam à sociedade são pequenos diante do que poderão fazer num futuro bem próximo, quando se tornarem adultos (pelo menos os que sobreviverem).
As imagens de crianças dormindo em praças, calçadas e rodoviárias de Marabá são fortes e ardem como um soco na cara de quem não quer ver.
É verdade. Porque tem gente que só se incomoda com a situação quando seus interesses são feridos por esses pequenos desvalidos, sem futuro, filhos de ninguém e donos de coisa nenhuma.
Ao entrar no Banco do Brasil da Nova Marabá ou ao passar pela Praça São Francisco, nós praticamente tropeçamos nessas crianças, mas se elas não nos incomodarem, não estamos nem aí. Esta é a verdade.
O poder público, na prática, pra valer mesmo, nunca fez nada por esses “menores”.
Mas eles estão aí, puxando bolsas de madames e de donas de casa, vigiando carros, furtado comida e pequenos objetos.
Esses meninos e meninas de rua existem, por mais que o poder público e muitos de nós não queiramos admitir sua incomodante existência.
O pior de tudo é que hoje eles ainda têm jeito e os danos financeiros que causam à sociedade são pequenos diante do que poderão fazer num futuro bem próximo, quando se tornarem adultos (pelo menos os que sobreviverem).
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Resposta a um amigo (PEC dos Vereadores)
Eu entendo que a PEC dos Vereadores é benéfica principalmente por dois aspectos.
O primeiro deles é que, embora aumente o número de parlamentares municipais, não aumenta os custos das câmaras.
O segundo ponto é que o projeto reavalia a situação de cada município, dando-lhe onúmero de vereadores que, teoricamente, seria mais apropriado, como é o caso de Marabá.
Torço para que isso aconteça, mas torço muito mais para que a mentalidade de nossos políticos mude, assim como a nossa (os eleitores) e possamos colocar gente que, de fato, trabalhe nas câmaras municipais, afinal de contas os vereadores têm feito muito pouco ou quase nada ao longo da história de Marabá.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Maria da Penha
A maioria dos brasileiros ainda está longe de atingir um patamar de compreensão razoável porque simplesmente não tem coragem de se arredar de velhos conceitos, e isso inclui religião, machismo e outras "cositas más".
Um dia desses um colega - por quem tenho profundo respeito - fez uma crítica à Lei Maria da Penha (aquela que tenta proteger mulheres de "companheiros" violentos). Foi uma demonstração de falta de conhecimento a toda prova.
Ele disse que se tratava de uma lei muito errada porque se uma vítima registrar queixa contra o agressor, nada mais pode ser feito. Ele terá de responder o processo até o fim.
Se a vítima procurar a polícia para retirar a queixa, isso não poderá ser feito.
Desse modo, a lei - no entendimento dele - está indo até mesmo contra a vontade da vítima.
Ora, mas a ideia é justamente essa.
Durante muitas décadas as mulheres têm se submetido a conviver com parceiros violentos porque simplesmente não têm a quem recorrer.
Registram queixa e depois pedem para a polícia soltar o agressor e continuam convivendo com ele, porque são dependentes financeiras do marido violento.
Sofrem tanta pressão psicológica que acabam se tornando dependentes afetivas.
A lei não é tudo, mas representa um começo de mudança de postura.
A liberdade da mulher, o direito de ser um ser independente, de romper com todas as formas de violência que lhe prendem em nome de um casamento de aparências...
Nada disso tem preço e nem precisaria de lei para existir.
Mas infelizmente nosso mundo é tão doente que precisamos de leis para garantir que outros seres humanos iguais a nós sejam tratados e reconhecidos como seres humanos, embora já o sejam pela própria natureza que os criou.
A maioria dos brasileiros ainda está longe de atingir um patamar de compreensão razoável porque simplesmente não tem coragem de se arredar de velhos conceitos, e isso inclui religião, machismo e outras "cositas más".
Um dia desses um colega - por quem tenho profundo respeito - fez uma crítica à Lei Maria da Penha (aquela que tenta proteger mulheres de "companheiros" violentos). Foi uma demonstração de falta de conhecimento a toda prova.
Ele disse que se tratava de uma lei muito errada porque se uma vítima registrar queixa contra o agressor, nada mais pode ser feito. Ele terá de responder o processo até o fim.
Se a vítima procurar a polícia para retirar a queixa, isso não poderá ser feito.
Desse modo, a lei - no entendimento dele - está indo até mesmo contra a vontade da vítima.
Ora, mas a ideia é justamente essa.
Durante muitas décadas as mulheres têm se submetido a conviver com parceiros violentos porque simplesmente não têm a quem recorrer.
Registram queixa e depois pedem para a polícia soltar o agressor e continuam convivendo com ele, porque são dependentes financeiras do marido violento.
Sofrem tanta pressão psicológica que acabam se tornando dependentes afetivas.
A lei não é tudo, mas representa um começo de mudança de postura.
A liberdade da mulher, o direito de ser um ser independente, de romper com todas as formas de violência que lhe prendem em nome de um casamento de aparências...
Nada disso tem preço e nem precisaria de lei para existir.
Mas infelizmente nosso mundo é tão doente que precisamos de leis para garantir que outros seres humanos iguais a nós sejam tratados e reconhecidos como seres humanos, embora já o sejam pela própria natureza que os criou.
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