segunda-feira, 12 de abril de 2010

Biodiesel: Cadeia de produção recebe críticas

Apesar de toda a propaganda do governo federal, não é de hoje que o modelo de produção de biodiesel no Brasil é alvo de críticas. Entre os críticos estão agrônomos recém-formados pela Universidade Federal do Pará (UFPA), que fundamentam suas restrições em números. Algumas dessas restrições já foram expostas até mesmo em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).
Entre as críticas está o fato de que as empresas que controlam grandes áreas de plantação de matéria-prima do biodiesel (dendê, por exemplo) recebem incentivos de até 40% caso mantenham trabalhadores familiares em, pelo menos, 10% de suas propriedades.
Teoricamente, seria um bom e inédito negócio, porque une a agricultura familiar com o agronegócio, por intermédio do governo federal, mas isso fica apenas na teoria, segundo observa o agrônomo Fábio Reis, que faz Mestrado em Belém.
De acordo com ele, os agricultores familiares inseridos nesse processo de produção acabam se transformando, na verdade, em funcionários dos donos de grandes propriedades.
São trabalhadores que recebem um salário baixo e ainda acabam, de certa forma, impedidos de plantar culturas que poderiam diminuir sua insegurança alimentar.
Ligado a isso, há muitas críticas em relação ao fato de que a produção de biodiesel encarece muitos produtos, porque grandes propriedades estão investindo maciçamente apenas no combustível à base de vegetais e deixando de produzir arroz, feijão, batata e outras culturas.O preço do tomate, por exemplo, aumentou 80% para produtores e comerciantes recentemente. A caixa de 22 kg antes vendida por R$ 50 para os comerciantes custou R$ 90 no início de março. Nalguns mercados e feiras, o quilo do tomate chega a custar R$ 4,00.

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